Olá pessoal, tudo bem?
Hoje, trago mais uma "super" resenha para vocês, proveniente da "super" parceria com o "super" Maurício Gomyde, que muito gentilmente me cedeu esse livro para apreciação.
Gostaria de destacar, antes de mais nada, que eu desejava ler esse livro, desde 2012 quando comecei a me dedicar mais a leitura e ao ouvir falar da obra fiquei muito curiosa para conhecer, especialmente por ser de um autor nacional que eu pouco conhecia, mas que vinha sendo muito bem falado internet afora.
Título: Ainda Não Te Disse Nada | Autor: Maurício Gomyde | Ano: 2011 | Gênero: Romance | Editora: Porto 71
Avaliação:
Ainda Não Te Disse Nada conta a história de Marina, uma jovem sonhada e bastante determinada que deixou a vida no interior para tentar realizar o sonho de ser uma grande estilista de moda mundialmente famosa. Mas enquanto a oportunidade de ouro não chega, ela vive na companhia de um peixe ornamental, enquanto trabalha na agência dos correios, trabalho que a ajuda a se manter na capital enquanto conclui o curso de moda. Tudo muito normal, até que algo surpreendente acontece em sua rotina. Tendo em vista que o advento da internet praticamente extinguiu as trocas de cartas, a improvável imagem de uma jovem postando uma, logo atraiu a atenção de Marina e de sua colega de trabalho, Dona Jane.
“Desde que inventaram a internet, os Correios viraram só um lugar para
despachar encomenda e pagar conta.”
O que parecia algo improvável tornou-se intrigante e instigante, quando Marina acaba conhecendo a tal jovem e descobrindo o motivo de ela ainda realizar tal atividade. Porém, mais surpreendente ainda é quando o destino insere Marina dentro desse contexto e ela se vê escrevendo cartas para alguém que ela não conhece.
“Mas aprendi que o destino tem a capacidade de colocar em nossas vidas
desafios que a gente nunca imaginaria.”
Sem entrar em detalhes do enredo, a história se desenrola de uma forma fascinante e a gente se vê esperando para ler as cartas que chegam, e parece que elas se dirigem a nós enquanto saboreamos as palavras trocadas com tanta doçura entre os personagens. E enquanto Marina é guiada por uma história que não lhe pertence, sua própria vida vai seguindo um rumo paralelo que, por causa das cartas, a conduz ao que o destino lhe reserva.
“Informações desconexas aguardando o gatilho que dispararia a sequência
de microeventos que, na ordem correta, comporiam uma história em forma de
desenho.”
O final é incrível, cheio de surpresas, mas não tão improvável, afinal a gente deseja o tempo inteiro que Marina realize seus sonhos, e como o Maurício me disse na dedicatória, essa é a mensagem principal do livro, e poder refletir sobre esse momento enquanto se dá o desfecho é mais do que inspirador, é um lição a ser aprendida.
“Não queria admitir, mas estava apaixonada por um monte de palavras, por
uma história que não lhe pertencia.”
Falando dos personagens... Lá vem o Maurício com seu dom de criar personagens incríveis, cativantes e impactantes. Marina é tão perfeita quanto uma princesa de contos de fada e ao mesmo tempo tão real, que parece que cruzamos com ela diariamente na rua e só a percebemos porque não conseguimos evitar sua presença. E junto das suas amigas Francesca e Thais, vamos acompanhar diálogos hilários e uma cumplicidade que só amigas de verdade possuem.
“Espero que a imagem que você tem de mim seja também a de alguém que deixa
a alma conduzir a caneta.”
Eu gosto muito da construção de cada um dos personagens, pois são todos ricos e representativos na história, algo que o autor consegue fazer com maestria, desde o pai da Marina e seus trejeitos italianos até o Seu Patrício, que de mero coadjuvante se torna um bom amigo e conselheiro.
“O tempo cronológico de uma vida pode não ser longo, de facto, mas o
tempo de um amor verdadeiro, este sim, é que não tem fim.”
E o que dizer dos cenários onde a história se passa? São Paulo, Portugal, Paris... Tudo isso regado a uma trilha sonora escolhida a dedo, que vai de O Teatro Mágico a ZAZ, através de letras que representam cada momento da história. Oh! Maurício porque fazes isso com seus leitores? rs.
“Paris estava apenas no início, e ela poderia ser a Marina Albertini que
um dia desistiu de ser padeira no interior para tentar chegar o mais longe que
conseguisse.”
Minha única crítica ao livro é em relação a um fato da história, o qual eu não posso citar para não soltar spoilers, mas eu gostaria que esse acontecimento tivesse repercutido mais expressivamente para o desfecho, pois a princípio me pareceu que iria mudar totalmente a história, mas ele acabou não interferindo no final e perdendo um pouco o sentido, como se fosse apenas uma pedra no caminho.
“Marina não queria levar e trazer histórias queria ser uma história.”
Mas enfim, o livro é lindo, maravilhoso e eu não tenho mais palavras para descrever o quanto eu adorei essa leitura. A edição está linda, simples, a capa é perfeita.
É isso. Espero que tenham curtido a resenha. Tá meio corrida porque já são quase 2 da madruga e o sono está batendo, mas eu não conseguiria dormir sem terminar a leitura e contar tudo para vocês.
Até a próxima!!!