junho 29, 2014

Labirinto

Sempre que penso em adquirir um livro, faço uma pesquisa prévia, a fim de saber a opinião dos leitores, ver a sinopse e informações sobre o autor, a fim de tornar a experiência de uma nova leitura a melhor possível.
Quando vi o livro “Labirinto” sendo oferecido no sebo virtual, fui logo à busca de maiores informações a respeito desse título e logo me interessei pela sinopse, que falava de uma trama pautada em segredos que se mantinham através de oitocentos anos. Porém, quando pesquisei resenhas e opiniões de leitores, inclusive no Skoob, vi que alguns leitores não curtiram tanto o livro, pelo que prometia as quase 600 páginas escritas pela então desconhecida pra mim, Kate Mosse.
Dentre alguns comentários, estavam de que a leitura era difícil, os capítulos eram longos, havia muitas descrições e expressões em francês antigo, que deixariam o leitor voando... Bom, vou contar o que eu achei.
Não sei se eu estou num estágio mais avançado de leitura que das pessoas que opinaram sobre “Labirinto”, mas a primeira impressão que tive, foi de um trabalho muito bem escrito, a partir de uma minuciosa pesquisa de campo, onde a paisagem retratada nos dois períodos em que a narrativa acontece, aparecem muito claros na imaginação de quem está lendo, e as descrições ajudam muito a nos sentirmos parte de um enredo muito bem contado.
Em nenhum momento eu senti dificuldade na leitura, achei-a muito clara, apesar dos vários detalhes que às vezes pareciam não ter valor, mas que logo se mostravam importantes. Achei que cada capítulo possuía a quantidade de páginas necessária ao entendimento do texto, sem se tornar enfadonho. Apesar de que, me incomoda um pouco, quando a história se divide em dois períodos distintos, já que tenho uma péssima memória e acabo me perdendo, mas no caso de “Labirinto”, esse tipo de divisão foi essencial para manter o clima de suspense da narrativa, pois sempre que algo muito importante estava para acontecer, o capítulo terminava, voltando a outro período e nos deixando ansiosos por mais leitura. E esse foi o segredo que me fez ler sem nenhuma preguiça todo o livro.
Eu gosto muito de livros, onde o personagem principal é uma mulher, vejo-as como heroínas, e nesse livro temos duas mulheres que nos encantam a cada capítulo, pela força, determinação e inteligência. Mas também há personagens masculinos apaixonantes, daqueles que gostaríamos de conhecer na vida real.

Se teve alguma coisa que não gostei no livro? Em pelo menos um ponto, eu vou ter que concordar com aqueles que opinaram sobre “Labirinto”. As frases e expressões em francês realmente nos deixa voando, e mesmo que a autora tenha deixado um glossário ao final do livro (que eu só descobri quando terminei =/), não ajuda muito na compreensão de tudo que é dito. E como sou curiosa, eu corria para o google para traduzir.
No geral, é um ótimo livro! E após tê-lo adquirido descobri que faz parte de uma trilogia. Apesar de eu não ver como a história pode ter continuidade, tendo o final que teve. Aliás, o final é bastante surpreendente, por isso vale a pena a leitura. E já estou a caça dos outros livros que compõe a trilogia...
Outra novidade é que será feita um mini-série baseada na obra. Saiba mais sobre a história e sobre essa novidade aqui.
Espero que tenham gostado, e a próxima leitura, que já selecionei, será algo mais leve, menos denso, com menos páginas hihi... As luzes de Setembro, do Zafón, porque já estava com saudades. 
Até a próxima!!!

junho 25, 2014

5 anos sem Michael Jackson


Como uma estrela, ele brilhou e abrilhantou nosso mundo, como um sol que nunca se põe no horizonte.  Hoje faz 5 anos que a música pop perdeu seu maior astro. Sua obra, porém, é imortal e continua invencível...
Faltam-me palavras para descrever o quanto Michael Jackson representa em minha vida. Eu cresci vendo sua dança, ouvindo suas músicas e assistindo suas transformações físicas, mas sua voz sempre esteve presente nos meus ouvidos. A primeira vez que ele esteve no Brasil, e tinha 3 anos e já era fã ...
Ainda guardo recortes de revistas da época, com reportagens e fotos da sua passagem pelo país. Na segunda vez, meu acervo só aumentou. Guardo com carinho todo o material que consegui, com muito esforço, juntar. Haviam pôsteres na parede do meu quarto, musicas no meu "walkman" e no coração, o sonho de um dia ir a um show ... esse sonho acabou há cinco anos atrás ...
A boa notícia, é que ele continua tão vivo quanto antes. Saber que a sua vida foi algo fora do comum, e que sua imagem vem se perpetuando sempre viva e cheia de novidades, e que sua memória será  guardada para sempre entre aqueles que sempre o amaram, é o seu maior legado.
O dia 25/06/09 foi apenas hum marco, um momento para se guardar na história, pois como uma fênix, MJ renasceu das cinzas das nossas lágrimas e vive como ele sempre quis, sem envelhecer, sem decair, sem desaparecer. E é assim que o tenho, vivo, elétrico, único, com seu sorriso perfeito e contagiante. 
Além das imagens, quero deixar aqui algumas curiosidades que o tornam tão especial e o vídeo da minha música preferida, que é o exemplo de vida que espero sempre seguir.



15 curiosidades:

1.      O vídeo clipe de "Black or White" foi ao ar simultaneamente em 27 países e teve uma audiência de mais de 500 milhões de pessoas (a maior audiência de um vídeo clipe de todos os tempos).
2.      MJ criou a coreografia (Moonwalker) de sua performance no “Motown 25” um dia antes, na sua cozinha.
3.      Michael usou o som das batidas do próprio coração para "Smooth Criminal".
4.       Michael tem duas estrelas na Calçada da Fama de Hollywood: uma é pelo grupo The Jacksons e a outra pela sua carreira solo.
5.      Quando o single "State of Shock" foi lançado em 13 de Junho de 1983, junto com Freddie Mercury, começou uma grande histeria em torno do MJ. A estação de rádio californiana, KIQQ, tocou a música sem parar por 24 horas (288 vezes)!
6.       Em 1993, a banda "Metallica" disse que a única celebridade de quem eles iriam querer um autógrafo era Michael Jackson. Eles pediram ao empresário de MJ, que lhes mandou um!
7.      O Michael tem uma suíte com o nome dele no Hotel Royal Plaza, na Disney World.
8.      MJ foi coroado Rei dos Sanwi na África, em 1992.
9.       Possui a estatueta do Oscar do filme “E o Vento Levou.”
10.  Jackson doou milhões de dólares durante toda sua carreira a causas beneficentes, através de todas as suas turnês, álbuns, compactos voltados à caridade, manutenção de 39 centros de caridades, etc. Foi considerado o maior filantropo do mundo.
11.   Uma pesquisa feita em maio de 1996 entre 15.000 mulheres de 15 países europeus, revelou que Michael era o sétimo homem mais sexy do mundo.
12.  Michael ganhou 8 Grammys em 1984. Nunca ninguém ganhou tantos prêmios Grammy de uma vez só.
13.  Michael Jackson vendeu mais de 50 milhões de cópias do álbum Thriller e tem o posto de mais vendido de todos os tempos no mundo todo. Além deste, MJ têm vários outros recordes registrados no Guiness Book.
14.  Billie Jean foi o primeiro vídeo de um artista negro ao ar na MTV
15.  Jackson usava regularmente uma braçadeira para lembrar as pessoas de crianças que sofrem em todo o mundo. 





Eis a minha música preferida "Man in the mirror". Veja o clipe e saiba porque: 



Espero que tenham gostado.

junho 21, 2014

A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer

Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens, homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta.

Texto: Ruth Manus
 
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