julho 17, 2017

Biografia: Frida Kahlo

Olá pessoal, tudo bem?
Faz tempo que não trago um post biográfico, já que a pesquisa demanda tempo, mas como estou de férias, consegui trazer para vocês a biografia de hoje.


No último dia 06/07 comemorou-se os 110 anos de Frida Kahlo, e sendo ela uma das principais representantes do feminismo, o post de hoje é mais do que falar sobre uma artista, trata-se da pintora autodidata mexicana que ainda hoje é sinônimo de empoderamento e liberdade, inteligência e personalidade. Ela é a feminista que vestiu o orgulho de ser mexicana, de ser mulher apaixonada e sonhadora. 

Capa da Revista Vogue (2012)
Frida, ou melhor, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, nasceu no dia 6 de julho de 1907 na cidade de Coyoacán, México, filha de pai alemão e mãe de origem indígena-espanhola, foi a terceira filha de quatro irmãs. Apesar disso, ela sempre foi muto próxima do pai.


“Amuralhar o próprio sofrimento é arriscar que ele te devore a partir do teu interior.”


Com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A doença a deixou com uma lesão no seu pé direito, o que a levou posteriormente a amputá-lo. Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.


Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Então sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica e hemorragia. Frida ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. 

A Coluna Partida (1944)
Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela chegou a pintar alguns deles. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama. Chegou a cursar algumas disciplinas da faculdade de medicina, mas a arte falou mais alto e incentivada pelo pai tornou-se a artista que conhecemos.


Apesar de deprimida e incapacitada de andar, passou a pintar freneticamente a sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente. Dizia: “Para que preciso de pés quando tenho asas para voar”. Entre os anos de 1922 e 1925 estudou desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México. Em 1928 filiou-se ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu seu marido, Diego Rivera com quem se casou aos 22 anos, em 1929.

Frida e Diego Rivera
O casamento foi tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo era bissexual e Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mas não aceitava os casos da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.

As Duas Fridas (1939)
Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.

Viva La Vida (1953)
Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera. Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán, com que teve um breve romance.

Frida e Trotski (1937)
Frida chamava atenção por exagerar nas roupas, enfeites, risos e gestos. Em 1938, André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: "Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade". Dedicou-se à pintura quase exclusiva de autorretratos.

O Veado Ferido (1946)

Em 1939, expõe em Paris na galeria Renón et Colle. Em 1942, Frida Kahlo começou a lecionar artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, escola recém-fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo.



Em 1940 une-se novamente a Diego. O segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por brigas violentas. Ao voltar para o marido, Frida construiu uma casa igual à dele, ao lado da casa em que eles tinham vivido. Essa casa era ligada à outra por uma ponte, e eles viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos.


“Se eu pudesse lhe dar alguma coisa na vida, eu lhe daria a capacidade de ver a si mesmo através dos meus olhos. Só então você perceberia como é especial para mim.”


Embora tenha engravidado mais de uma vez, Frida nunca teve filhos, pois o acidente que a perfurou comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação até o final, tendo tido diversos abortos.

Hospital Henry Ford (1932)
Apesar de passar por diversas cirurgias e usar um colete de gesso em consequência do acidente, Frida não parava de pintar. Sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Era também aficionada por fotografia, hábito que herdou de seu pai e do seu avô materno, ambos fotógrafos profissionais.

Auto Retrato (Fotografia)

Tentou diversas vezes o suicídio com facas e martelos.

Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma forte pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta a hipótese de que tenha morrido de overdose (acidental ou não), devido ao grande número de remédios que tomava. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite a hipótese de suicídio. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma urna em sua antiga casa.


“Bebia para afogar as mágoas, mas as malditas aprenderam a nadar.”


Quatro anos após a sua morte, sua casa familiar conhecida como "Casa Azul" transforma-se no Museu Frida Kahlo. Reconhecida tanto por sua obra quanto por sua vida pessoal, ganha retrospectiva de suas obras, com objetos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros.

Casa Azul (Museu Frida Kahlo)

Após a morte da pintora, Diego Rivera exigiu 15 anos de segredo para os pertences do casal. No entanto, ele morreu três anos depois e deixou Dolores Olmedo, uma colecionadora de arte, como administradora de seu acervo e ela se recusou a dar acesso às peças até para o Museu Frida Kahlo.


“Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.”

Somente após sua morte, em 2004, os objetos foram desbloqueados e formaram a exposição sobre as roupas e pertences de Frida nunca antes vistos pelo público.

Exposição Frida Kahlo (2017)

Obras
Clique sobre os títulos para visualizar as imagens


Bom, espero que tenham curtido esse biografia que eu amei e me emocionei várias vezes dirante a pesquisa. Como há muito o que saber sobre esse ícone da arte, fica aqui a dica de leitura para quem se interessar em conhecer mais a fundo a história de vida de Frida Kahlo.

Sinospe: Todo mundo sabe que tinha ideias radicais em política e hábitos modernos na vida, que pintava de modo radicalmente pessoal, e que teve uma existência tão tumultuada quanto o século XX em que viveu. O que poucos sabem é que tudo o que quase todo mundo sabe sobre Frida Kahlo está longe de resumir sua vida, ou de revelar a mulher por trás do ícone da arte latino-americana moderna. Finalmente traduzida para o português, Frida – a biografia foi um dos grandes impulsionadores do revival da artista nos Estados Unidos e em todo o mundo a partir de 1983. Como sintetizou a crítica, “Por meio de sua arte, Kahlo fez de si mesma uma artista e um ícone; por meio desta biografia, ganhou também dimensão humana”.
Escrito por Hayden Herrera, reconhecida historiadora da arte, o livro traz, além da intimidade da história de Frida, detalhadas descrições e interpretações dos quadros de Kahlo, escritas com o rigor e a acuidade de uma especialista, mas também com a clareza, a fluidez e a sedução de uma amante dessa arte.


Em 2002, foi lançado no cinema o filme biográfico Frida, estrelado por Salma Hayek e Alfred Molina.

E aí, curtiram? Eu amei fazer essa pesquisa e espero ter conseguido aproximá-los ainda mais dessa artista.

Até a próxima!
 
© Ventos do Outono | 2016 | Todos os Direitos Reservados | Criado por: Luciana Martinho | Tecnologia Blogger. imagem-logo