dezembro 03, 2017

Resenha 16/17: O Caçador de Pipas

Olá pessoal, tudo bem?
Peço perdão pela ausência aqui no blog, mas o final de ano é sempre corrido e o tempo se torna escasso para se dedicar ao blog.


Mas vamos ao que interessa, que hoje trago para vocês uma resenha de um leitura incrível. Fico me perguntando, como esse livro ficou tanto tempo esquecido na minha estante.

Sinopse: O caçador de pipas é considerado um dos maiores sucessos da literatura mundial dos últimos tempos. Este romance conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

Título: O Caçador de Pipas | Autor: Khaled Hosseini | Ano: 2003 | Editora: Nova Fronteira | Gênero: Romance


Então, o livro já é um best-seller mundial, possui adaptação cinematográfica e esse foi o meu primeiro contato com a escrita do autor, que logo de cara já digo que me deixou encantada. Já inicio da leitura a forma poética de narrar cada acontecimento me prendeu totalmente ao enredo cheio de detalhes culturais, políticos e sociais de um lugar tão peculiar a nós, ocidentais, como é o cenário afegão, onde a trama se desenrola.
“A brincadeira começava mesmo depois que uma pipa era cortada. Era aí que entravam em cena os caçadores de pipas, aquelas crianças que corriam atrás das pipas levadas pelo vento, até que elas começassem a rodopiar e acabassem caindo no quintal de alguém, em uma árvore ou m cima de um telhado.”

Hassan e Amir são melhores amigos. Fazem tudo juntos, com a diferença que um é o patrão e o outro empregado. Hassan é de uma etnia inferior e isso o torna indigno de qualquer privilégio, e como se não bastasse nasceu com lábio leporino, uma deformidade que o tornava ainda mais abominável aos olhos  de todos. Enquanto isso, Amir, filho de um homem poderoso na cidade, tinha de tudo, menos a atenção total do pai.
“As crianças não são cadernos de colorir. Você não tem de preenchê-lo com suas cores favoritas.”
Sua inveja pelo filho do empregado aumentava a cada presente de aniversário dado pelo pai, enquanto todos os seus esforços para escrever uma boa história mal era notado. E com isso, Amir se torna maldoso e faz de tudo para tirá-lo de sua vida... e consegue.
“Na verdade, estávamos nos enganando, achando que um brinquedo feito de papel de seda, cola e bambu podia de algum modo preencher o abismo que existia entre nós.”
Com a guerra e invasão do Talibã ao Afeganistão, Amir e seu pai fogem para os Estados Unidos e todo e qualquer contato que havia entre ele e Hassan deixam de existir e avida que Amir levava também, afinal, ele já é um rapaz, seu pai está doente e ele precisa assumir responsabilidade, como casar, por exemplo. 
“E acredito que a verdadeira redenção é isso: é a culpa levar a pessoa a fazer o bem.”
Enfim, os fatos narrados em primeira pessoa pelo nosso protagonista se dão como um diário, onde a história de sua vida passa ao mesmo tempo em que seu pais vai sendo devastado pelo talibã. E é em meio a tudo isso que uma notícia o faz voltar ao seu antigo lar para receber mais más notícias, e uma delas mudará sua vida para sempre.
“Só sei que aquela lembrança vivia dentro de mim como um pedaço gostoso de passado, perfeitamente encapsulado; uma pincelada de cores naquela tela cinzenta e árida que as nossas vidas tinham se tornado.”
Nesse ponto da leitura, eu já havia ido as lágrimas várias vezes, mas ainda não era tudo, pois o que estava por vir, levaria Amir ao fundo do poço e nós a muitas emoções. Sem mais detalhes, quero dizer que essa leitura me marcou muito, ao imaginar todos os horrores que uma guerra, dita santa, pode fazer a vida de todos naquele país.

“Existe um Deus sim, sempre existiu. Posso vê-Lo ali, nos olhos das pessoas que estão nesse corredor do desespero. Aqui é a Sua verdadeira casa; é aqui que aqueles que perderam Deus voltam a encontrá-lo; não naquela masjid branca, com as suas lâmpadas que brilham como diamantes e os seus minaretes altíssimos.”
Gente, não sei se disse tudo que gostaria, mas reforço o quanto esse livro é rico, denso, emocionante e triste, repleto de sensações descritas que nós ocidentais somo incapazes de imaginar e por isso deve ser lido, para que conheçamos outras realidades e outras histórias, além dos romances comuns.

Espero que tenham curtido e quem já leu, comenta aí.

Até a próxima!!
 
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