junho 11, 2015

Caixa de Pássaros

Oi gente, tudo bem?


Hoje trago uma resenha quentinha para vocês. E quem já conferiu o "Li Até a Página 100", já deve saber sobre qual livro é a postagem de hoje, né? Então vamos lá!

Caixa de Pássaros, como já falei, foi um dos livros que mais me atraíram entre os lançamentos de abril/maio da editora Intrínseca e eu logo comprei, mas tinha muitas leituras pendentes que tornariam a leitura desse livro muito distante. Mas fiz um TBR Jar e por sorte (coisa rara) acabei selecionando exatamente esse livro, do qual vou falar mais sobre ele agora.

Sinopse: Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora - uma decisão errada e eles morrerão.



Título: Caixa de Pássaros Autor: Josh Malerman Ano: 2015 | Gênero: Suspense, triler psicológico | Editora: Intrínseca | Onde Comprar: Amazon

Como fica claro a partir da sinopse, Caixa de Pássaros é um thriller psicológico no melhor estilo "Ensaio Sobre a Cegueira", pois é, só que aqui as pessoas enxergam, mas não podem abrir os olhos, pois as consequências são fatais. E o mais interessante é que, quando a gente fecha os olhos, o mundo se torna muito assustador, talvez até mais do que quando estamos de olhos abertos.

“Ele espera. E quanto mais espera, mais assustado fica. Como se o silêncio ficasse mais alto.” 

Malorie, é uma jovem comum, que mora com a irmã. A descoberta de uma gravidez não planejada se torna o menor dos seus problemas, quando as notícias de que algo que começou na Russia, chegou aos Estados Unidos e está colocando toda a população em alerta, ao ponto de trancarem as portas e tapar todas as janelas na tentativa de se protegerem de algo que ninguém nunca viu, nem sequer imaginam o que seja, mas que não estão dispostos a arriscarem suas vidas para descobrir. 

“Na internet, a situação está sendo chamada de ‘o Problema’. Existe uma teoria bem disseminada segundo a qual, seja lá qual for ‘o Problema’, ele sem dúvida começa quando uma pessoa vê alguma coisa.” 

Malorie continua cética, enquanto sua irmã Shannon acompanha aterrorizada todas as notícias de pessoas que ao verem alguma coisa, enlouquecem ao ponto de atacar quem estiver por perto e cometer suicídio de forma inexplicável. Aparentemente seguras em casa, elas percebem que os vizinhos estão colocando papelão, cortinas pretas e tábuas em suas janelas, um exagero, pensa Malorie, até que... 

“Apoiando a mão no corrimão, Malorie pisa no carpete. Olha por cima do ombro, para a porta da frente, e imagina uma mistura de todas as notícias que ouviu.
Ela sobe a escada.” 



Sem querer entrar em detalhes do enredo, o fato é que nos sentimos tão assustados quanto os personagens, pois assim como eles, nós não sabemos o que causa tudo isso e somos vendados junto com os personagens, enquanto esses precisam sair de casa, para encontrar comida e ajuda. Nesse contexto, há um grupo que se abriga em uma casa, na tentativa de sobreviverem juntos, e é lá onde Malorie vai aprender da maneira mais dura a ser forte e a criar duas crianças que serão capazes de ajudá-la na sua fuga pelo rio até um lugar protegido das criaturas que causam a morte.

“Num mundo onde não podemos abrir os olhos, uma venda não é tudo que temos para nos defender?”


No início, ficamos bem perdidos, pois não há nenhuma explicação sobre os acontecimentos que tornam o mundo um lugar inóspito para todos, mas aos poucos os personagens criam teorias para explicar os acontecimentos e nós somos levados a crer em tais teorias, pois quando esse mundo se torna um caos, as fontes de informação desaparecem, bem como todos os serviços básicos, já que as pessoas vão morrendo e não há quem mantenha as coisas funcionando e é preciso se reinventar e recriar um mundo novo para os sobreviventes, que se alimentam de enlatados, consomem água de um poço e usam uma caixa de pássaros como alarme. 

“O mundo está confinado à mesma caixa de papelão que abriga os pássaros do lado de fora.” 


Narrado em terceira pessoa, o livro intercala capítulos da fuga de Malorie com os filhos pelo rio e os meses de sua gravidez, quando ela chega na casa onde irá se abrigar por 5 anos, junto de outros 6 sobreviventes. Não é um livro cheio de reviravoltas, mas a escrita do Josh é feita para te manter alerta, de olhos arregalados enquanto as coisas vão acontecendo e até mesmo quando não estão acontecendo, pois o clima de tensão do enredo acompanha cada página do livro. Você se sente preso, vendado e impotente diante da situação em que os personagens se encontram, desejando que aquilo acabe, pois chega a ser desesperador.

“O mundo exterior soa como ela se sente por dentro. Tempestuoso. Ameaçador. Abominável.” 

Há um crescimento da personagem Malorie no decorrer da história, quando ela passa de uma frágil moça grávida a alguém que toma decisões e contribui para o desenvolvimento dos outros personagens que mesmo sendo secundários tem suas personalidades e potencialidades dentro da trama. Outro destaque é para o cão Victor (o mesmo nome de um dos meus cachorros) que além de amigo é também um alerta, pois consegue ouvir e farejar o que os moradores não conseguem.

“O instante entre decidir abrir os olhos e fazer isso de fato é a coisa mais assustadora desse novo mundo.”


O final, bom, é claro que eu não vou contar, mas já vou adiantando que não é nada absurdo ou tão surpreendente, mas é bem emocionante e fecha a história de forma satisfatória. Porém, não explica o porque de tudo o que aconteceu, e acho que esse, para mim, foi o único ponto negativo do livro. Apesar de que talvez, se isso fosse explicado, a trama perderia um pouco do mistério, enfim... não consegui formar uma opinião final sobre o desfecho. Vou passar a bola para vocês que com certeza vão querer ler.

Falando da diagramação, eu adorei a capa que passa uma imagem de suspense, a textura do papel é um pouco diferente, as páginas são amareladas e de boa qualidade, e cada início de capítulo tem um detalhe de galhos, que remetem a história.


Então, é isso. Espero que tenham curtido a resenha. Quem já leu, aguardo suas considerações (sem spoilers, obrigada), e para quem não leu, espero que leiam, pois é uma leitura que mexe com nosso psicológico, o que para mim é muito bom.

Não entrou para o hall dos favoritos, porque sou muito exigente, mas é um excelente livro.

Lembrando que vocês podem conferir tudo que estou lendo através do Orelha de Livro e do Skoob.

Até a próxima!!!
 
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