Olá pessoal, tudo bem?
Hoje venho com a minha primeira leitura do ano, um livro longo, mas que me fez entrar 2016 com chave de ouro.
Como alguns devem ter notado, eu fiz algumas mudanças no meu layout, para ficar coerente com o título e com a abordagem do blog. Espero que tenham gostado. Mas vamos ao que interessa...
Sinopse: Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Henrik está convencido de que ela foi assassinada, e que um Vanger a matou. Quase quarenta anos depois, o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger, e que muitos querem vê-lo pelas costas. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados, ele percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet.
Título: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres | Autor: Stieg Larsson | Ano: 2015 | Gênero: Romance Policial, mistério | Editora: Companhia das Letras | Onde Comprar: Amazon, Saraiva
O livro se inicia com o mistério das flores - ainda no
epílogo - que Enrik Vanger recebe todo ano em seu aniversário, como um lembrete
macabro de sua dura perda. Já nos capítulos iniciais, vemos a condenação de
Mikael Blomkvist por difamação contra um industrial bilionário. Tais
acontecimentos são preponderantes para o encontro entre Enrik Vanger e Mikael
Blomkvist. O primeiro, obcecado pelo desaparecimento de sua sobrinha preferida
investiga em detalhes a vida do jornalista antes de propor contratá-lo. O
segundo, abalado pelos acontecimentos e temendo perder sua revista, a
Millennium, acaba aceitando o trabalho, porém cético de que possa desvendar o
mistério de quase quarenta anos.
“Harriet Vanger
aparentemente sumira no ar, e o calvário de Henrik Vanger, que haveria de
prosseguir por quarenta anos, estava apenas começando.”
Como jornalista investigativo, Mikael muda-se para o
vilarejo e reduto da família Vanger e começa a fuçar a vida da família, mas ao
chegar em um beco sem saída, acaba tendo que pedir ajuda, é quando entra em
cena Lisbeth Salander, uma haker bastante especial que vai contribuir muito
para desvendar o mistério do desaparecimento de Harriet vanger.
A história tem muitos acontecimentos e é até difícil
escrever uma resenha, pois muita coisa se perde no meio de um enredo tão bem
escrito e detalhado. O autor trabalhou cada personagem de uma forma muito
palpável, suas personalidades, medos, desejos e segredos, nada foi deixado de
lado e tudo está redondamente intrínseco a trama, de forma que você não
consegue largar a leitura, sempre quer descobrir mais coisas a respeito de
todos. Você passa a também querer desvendar esse mistério.
A história é narrada em terceira pessoa, durante um ano, e
os capítulos são divididos em partes e em capítulos bem extensos (mas com
pausas), todos tratando de um determinado período de acontecimentos. Não há
rodeios na história, por mais que o livro tenha mais de 500 páginas, cada uma
delas contém detalhes que são importantes para a trama, afinal, não se trata
apenas do mistério de um desaparecimento, mas da vida profissional de Mikael
Blomkvist, bem como da vida pessoal de várias pessoas, incluindo do próprio
Mikael Blomkvist, da família Vanger e em especial de Lisbert Salander.
Especial, porque o autor dedica muitas páginas para
descrever sua personalidade e todas as suas qualidades. A gente fica meio que
fascinado por ela, por sua aparente fragilidade, por sua capacidade
intelectual, por sua vida tão sofrida e por seu destino tão incerto. Eu sempre
ouvi falar sobre tal personagem, e me peguei admirando-a como se ela fosse real,
como sendo alguém que eu gostaria de conhecer e conviver. Eu a vi, nas duas
versões cinematográficas, mas ler foi muito mais profundo, muito mais intenso.
“Uma menina de
comportamento desviante que ninguém amava.”
Por ser uma história bastante complexa, temos vários finais
que vão se desenrolando com o passar dos capítulos. Os personagens secundários
têm seus destinos, e os principais também, mas cada um a seu tempo, afinal, a
história não é apenas sobre uma flor misteriosa, ou sobre o desaparecimento de
uma moça há quarenta anos, é sobre a revista Millennium e sobre homens que não
amavam as mulheres, mas também sobre relacionamentos familiares e amorosos. É
uma história que choca, mas que desmitifica monstros.
“De repente ela percebeu
que o amor era o instante em que o coração fica a ponto de explodir.”
Enfim, um livro perfeito, que já me deixou com vontade de ler os outros. #ComoFaz
Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!!!