outubro 13, 2016

Jardim de Inverno

Olá pessoal, tudo bem?
Hoje trago mais uma resenha para meus queridos leitores e espero que vocês apreciem.


O livro de hoje, é uma das histórias mais (senão a mais) tristes que já li na vida e por se tratar de um livro sobre a Segunda Guerra, vocês já devem imaginar quantos lenços eu encharquei kkkk.


Sinopse: Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. Mas a verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.

Título: Jardim de Inverno | Autora: Kristin Hannah | Ano: 2013 | Gênero: Romance Histórico, drama | Editora: Novo Conceito | Onde Comprar: Amazon


A história começa com um prólogo contando um fato que aconteceu há muitos anos atrás e que mudou bastante a relação da família cuja história será contada em seguida. Que de início é bem comum, um pai amoroso, duas filhas com vidas normais e uma mãe que é a peça que parece não encaixar nessa ideia de família, e no decorrer do livro, iremos descobrir o motivo.

“Não sabia dizer direito como acontecera, ou quando, mas a distância parecia estar se espalhando entre eles como tinta derramada, manchando tudo.”

Logo no início, Evan, o pai, sofre um enfarto e fica hospitalizado somente a tempo de fazer seus últimos desejos, o de que as filhas se aproximem da mãe a façam contar sua história, bem como para a mãe contar sua história para as filhas. Mas isso não será uma tarefa fácil, tendo em vista que o que está por traz da relutância dessa mãe é algo inimaginável, triste e ao mesmo tempo chocante.

“Eu sou o que o medo faz com uma mulher.”

A autora conseguiu criar uma atmosfera quase que de fábula, tendo em vista que a mãe tinha uma tradição de contar histórias para suas filhas quando crianças, contos de fadas que as fascinava, mas que após o fato narrado no epílogo deixou de acontecer, e esse fato vai servir de base para o desenrolar da trama, que se passa em parte nos EUA, na antiga Leningrado e também no Alasca.

“Não sabia dizer direito como acontecera, ou quando, mas a distância parecia estar se espalhando entre eles como tinta derramada, manchando tudo.”

O fato é que a mãe nunca pareceu amar as filhas, estava sempre ausente, distante, nunca demonstrava carinho ou qualquer sentimento de mãe, toda essa tarefa coube ao pai que se tornou o único laço de afeto dessa família que se distanciava cada vez mais entre si, e quando o pai se foi, parecia que o nó se desfaria para sempre, mas não sem antes que as promessas feitas a ele em seu leito de morte fossem cumpridas.

“A mãe estava certa. Ele era o lar, o coração delas. Como suportariam a vida sem ele?”

Essa parte da história se passem no ano 2000, quando Meredicth já está na casa dos 40 anos, e cuida dos negócios da família, casada com duas filhas crescidas fazendo faculdade, sendo apenas ela, o marido e os cachorros. Ela sempre dedicou todo amor as filhas, talvez para compensar a falta de amor por parte de sua mãe, mas em compensação negligencia totalmente seu esposo e se sente cada vez mais distante dele. Já Nina, sua irmã mais nova, é seu oposto, tem uma vida livre sem apegos, é uma fotojornalista bastante premiada, que viajou o mundo fotografando guerras, fomes e conflitos nos mais diversos lugares do mundo. Enquanto Meredicth tem seus pés firmes ao chão, mantendo tudo devidamente organizado, Nina só consegue manter o foco quando está atrás de uma câmera, e todas essas diferenças serão preponderantes para o desenrolar da trama.

“Viu a si mesma como que a distância: uma mulher de 40 anos, segurando uma caneca de café, olhando para dois lugares vazios na mesa, depois para o marida que ainda estava ali, e por uma fração de segundo imaginou que outra vida essa mulher poderia ter vivido.”

Com a morte do pai, essas irmãs vão se esforçar muito para cumprir a promessa feita, o que será bem complicado visto que sua mãe parece ter se fechado - mais ainda - como um caramujo, mas Nina com seu senso jornalistico não vai desistir até conseguir arrancar toda a história da boca da mãe, enquanto Meredicth acha que interná-la vai ajudar pois imagina que ela esteja senil e com tantas responsabilidades acumuladas, acha que não dará conta de mais um "fardo".

“As pessoas costumavam pensar que o trabalho dela era estar lá, como se qualquer um pudesse apontar a máquina e bater fotos, mas a verdade é que as fotos dela eram uma extensão de sua pessoa, do que pensava, do que sentia.”

Gente, esse livro tem tantos detalhes, tanto para ser divido com vocês que por mais que eu escreva ainda não será suficiente para contar o quão esse livro é marcante, profundo, cheio de personalidade e nuances. É difícil imaginar que histórias como a narrada aqui, que não passa de uma obra de ficção, tenha acontecido de fato em todos os lugares  onde batalhas foram travadas em nome de Hitler. Eu tenho um fascínio por essas histórias, pois elas me marcam e me emocionam demais. Do início ao fim do livro eu fui várias vezes as lagrimas, pensando no sofrimento dos personagens, na força, na paixão e no que levou a tudo que vai se desdobrando enquanto Anya vai contando seu conto de fadas para as filhas.

“Ela se lembrará de como contou o que não sabia antes: que guerra é fogo, medo e corpos caídos nas valetas ao lado da estrada.”

O desfecho é muito surpreendente, emocionante, uma virada dramática em uma história cheia de tristeza, culpa, ressentimentos, arrependimentos, ausências... E digo que não é um livro fácil, por ter um teor pesado e triste, mas que vale cada capítulo, cada página e cada lágrima.

“Então, com os braços vazios e o coração transformado em pedra, deixo meu filho ali, sozinho, deitado e morto em uma maca junto a porta, e novamente começo a andar.”

A edição é simples e linda, e apesar de não ter citado, remete bastante ao enredo, a fonte tem bom tamanho, as páginas são porosas e amareladas. Não encontrei nenhum erro de revisão e apesar das mais de 400 páginas, a escrita da autora fluiu bem e o capítulos tinham tamanho razoável. 

Bom, espero que tenham curtido a resenha, que foi selecionada na minha TBR Jar e que me foi bem recomendada por amigas que já leram.

Até a próxima!!!
 
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