fevereiro 11, 2016

Selvagens

Olá pessoal, como estão? Curtiram o carnaval?
Apesar de estar sem dinheiro para brincar o carnaval, minha estante estava repleta de leituras, então resolvi aproveitar esse privilégio e ler o máximo que foi possível nesses dias de folga.



A leitura da vez, foi sorteada pela TBRJar e foi um livro que ganhei no Top Comentarista do blog Lisossomos, como era uma leitura da qual eu nada sabia, resolvi encarar sem nem ler a sinopse.

Sinopse: Ambientalista e filantropo nas horas vagas, Ben comanda um negócio de venda de maconha em Laguna Beach. Ao lado de seu parceiro, o ex-mercenário Chon, ele fatura lucros consideráveis e mantém uma clientela fiel. No passado, quando seu território foi invadido, Chon tratou de eliminar a ameaça. Agora, porém, eles parecem estar diante de uma força da qual não podem dar conta: o Cartel de Baja, do México quer tomar a região e avisa que não irá aceitar uma negativa como resposta. Quando os dois amigos se recusam a recuar, o cartel reforça a advertência sequestrando Ophelia, companheira e confidente dos rapazes. O sequestro deflagra uma gama alucinante de negociações habilidosas e reviravoltas inacreditáveis, que deixarão os leitores ansiosos para descobrir o custo da liberdade e o preço de um grande barato. Uma engenhosa combinação entre o suspense carregado de adrenalina e a reportagem policial, Selvagens é um thriller alucinante, escrito por um mestre do gênero no auge de sua carreira.
Título Original: Kings Of CoolAutor: Don Winslow |  Ano: 2010Gênero: AçãoEditora: IntrínsecaOnde Comprar: SaraivaAmazon.


A primeira informação a respeito do livro está na capa, pois é um livro que originou o filme Selvagens (que dá título a essa edição), aparentemente já que eu nunca tinha ouvido falar famoso, dirigido por Oliver Stone, cujos personagens estão lá estampados. E isso nos ajuda a visualizar melhor a narrativa, mesmo que o próprio livro siga uma espécie de roteiro cinematográfico e você se vê acompanhando a história como se pudesse visualizar os personagens e a trama como em uma sala de cinema.

“O selvagem é o mundo da pura força bruta, da sobrevivência do mais apto, dos cartéis de drogas e esquadrões da morte, dos ditadores e homens-fortes, dos ataques terroristas, das guerras de gangues, dos ódios tribais, dos assassinatos em massa, dos estupros coletivos.”

Contando a história de três amigos, Ben, Chon e O. (de Ophelia), o livro é ambientação na zona fronteiriça entre México e Estados Unidos, onde o carteis de tráfico de drogas e toda a sorte de mazelas compõe o cenário dessa história. Ben e Chon adquiram fortuna refinando e vendendo maconha de ótima qualidade, o que acaba despertando a inveja de outros traficantes, enquanto O. é a princesinha deles, formando um trio inseparável que vivem muito bem as custas do tráfico.

“Eu não me adoro, então eu adorno.”

A narrativa do livro em si, é bem pesada, repleta de violência, linguagem vulgar e palavrões, além de muitas referências políticas, corrupção e mortes. Tudo muito bem descrito e elaborado, nos apresentando uma realidade nua e crua que não foge muito da realidade que conhecemos. Mesmo com todo esse contexto, a narrativa nos prende, especialmente a partir do ponto em que os amigos precisam agir para se safar dos carteis que querem tomar tudo que eles tem.

“Se deixar que as pessoas acreditem que você é fraco, mais cedo ou mais tarde você vai ter que matá-las.”

Misturando personagens marcantes, fortes e intensos, as vezes parece que não há mocinhos na história, pois todos parecem maus e prestes a esfolar qualquer um. Ben, como seu nome diz, é o cara do bem, filantropo, mas não deve ser subestimado, enquanto Chon é seu oposto, ex militar, frio e calculista, não pensa duas vezes antes de acertar uma bala em quem tenta fazer mal a ele e a seus amigos. Já O. é uma garota problema, que vive com a mãe, uma mulher mais louca que ela. Paralelamente temos os outros personagens, em sua maioria mexicanos, como Lado, um pau mandado que tentar dar a volta por cima em sua condição, Elena La Reina, a chefe do maior cartel de drogas da região, etc... Como fica claro, ninguém é confiável e até o desfecho do livro, cabeças rolam - literalmente.

“Existe um mito segundo o qual roubar gente do tráfico é o crime perfeito, porque as vítimas não podem dar queixa à polícia.”

O que mais me incomodou na leitura foi a forma como os parágrafos são narrados, especialmente nos finais de capítulos, quando no meio de uma frase o capítulo terminada e continuava no próximo. Além disso, os capítulos eram muito pequenos, o livro possui 285 páginas e 290 capítulos, o que eu achei desnecessário. Mas no geral é um livro bem escrito, uma história marcante, cheia de ação, reviravoltas, perseguições, explosões, tiros, torturas e mortes na medida certa e em alguns momentos com algumas tiradas engraçadas. Para quem gosta desse ambiente a leitura é recomendada.

“Bem ainda não entende...
...pensa Chon...
... que não se muda o mundo.
O mundo é que muda você.”

Bom, é isso. Espero que tenham gostado da resenha, já que não me aprofundei ao enredo, pois imagino que poucos conhecem esse livro e podem vir a se interessar pela leitura.

Até a próxima!!!


 
© Ventos do Outono | 2016 | Todos os Direitos Reservados | Criado por: Luciana Martinho | Tecnologia Blogger. imagem-logo